Abandona-se a defesa das costas do Mar Oceano: cessam as guerras do exterior, mas aumentam as do interior. Multiplica-se o número dos navios e cresce a multidão inumerável de Normandos. Por todo os lados os cristãos são vítimas de massacres, pilhagens, devastações e incêndios, dos quais ficarão, através dos séculos, vestígios manifestos. [Os Normandos] tomam todas as cidades por onde passam sem que ninguém lhes resista (…). Muitas cinzas de santos foram [por eles] levadas e assim se realizou a ameaça que o Senhor anunciou pelo seu profeta: «Uma praga vinda do norte espalhar-se-á sobre todos os habitantes da terra…». (…) Quase nenhuma localidade ou mosteiro permanecem intactos. Todos se precipitam na fuga e raro é aquele que diz: «Ficai, ficai, resisti, lutai pela pátria, pelas crianças e pelo povo.» E assim entorpecidos e desunidos, redimem por meio de tributos o que deveriam ter defendido pelas armas, enquanto o reino cristão se despedaça. (…)
Monge Ermentarius, Miracula S. Filiberti