Algumas das maiores e mais antigas cidades do mundo situam-se junto de grandes rios.
Se observares um mapa da Europa actual, podes concluir que Lisboa tem o Tejo, o Porto tem o Douro, Coimbra o Mondego, Madrid o Manzanares, Paris o Sena, Londres o Tamisa, Roma o Tibre, Moscovo o Moskva, Budapeste o Danúbio, Bruxelas o Senne... E há razões para isso... Os campos perto dos rios são mais férteis e as pessoas fixaram-se, há muito, à volta da sua abundância.
Os grandes rios, como o Tigre e o Eufrates na Mesopotâmia ou o Nilo no Egipto, foram os locais onde algumas sociedades neolíticas se tornaram nas primeiras civilizações.
A agricultura e a criação de gado eram um modo de vida para cada vez mais gente. Os aldeamentos de agricultores e pastores começaram a crescer, tornando-se cidades. Nas margens dos grandes rios, inundadas por grandes cheias todos os anos, descobriu-se que a terra era mais fértil, produzindo mais cereais. Então, os campos de cultivo cresceram e as pessoas chegaram em maior número, com os seus animais.
A sociedade organizada em cidades, a civilização, estava a nascer. Há cerca de 5000 anos surgiram as primeiras civilizações da História. No Crescente Fértil, floresceram as civilizações suméria e egípcia. Na Índia, perto do Ganges, e na China, perto do rio Amarelo, desenvolveram-se, por volta de 2500 a. C., civilizações, também, muito importantes. Por volta de 2000 a. C. desenvolveram-se civilizações na região do Mediterrâneo Oriental. Foi o caso das civilizações hebraica e fenícia, as quais deixaram importantes heranças para a nossa cultura.
Estas civilizações prosperaram à volta da agricultura; eram civilizações agrárias. Como produziam em quantidade, tinham sobras que comercializavam. Os mercadores acabaram por utilizar uma forma própria de registo das suas actividades: nascia então o mais antigo sistema de escrita que se conhece. O mundo, depois de tomar posse de tal instrumento, nunca mais seria o mesmo.